Social

Livro conta história de jovens adotados
que vivem hoje no Brasil e na Europa

“Primeira Chance”, da publicitária Silvana Tinelli, relata histórias de crianças que viveram, há mais de 10 anos, no Lar Mamma Emma




A Editora Jaboticaba lança no mês de maio o livro “Primeira Chance”, que conta a história de crianças que foram resgatadas de situação de extrema fragilidade por meio de trabalho incansável e amor. O texto é uma mescla de autobiografia com narração. A autora, Silvana Tinelli, teve papel ativo na vida dos personagens enquanto eles viveram no Lar Mamma Emma – o “Lar” – à espera de uma família que os adotasse.

Silvana, empresária, publicitária e fotógrafa, manteve e dirigiu o Lar entre 1993 e 2003 na Grande São Paulo. E, anos depois, decidiu apresentar o resultado de toda a dedicação e esforço prestados, durante o períoro de gestão do lar, no qual, resultou o conteúdo do livro: que demonstra como estão, hoje, os jovens que moraram no Lar e que vivem no Brasil e na Europa.

O título “Primeira Chance” leva esse nome porque, até chegarem ao Lar, as crianças não haviam tido oportunidade de se desenvolver de maneira sadia e digna, pois eram, em sua quase totalidade, vítimas de maus tratos causados pela própria família. O livro mostra como a casa, o Lar, se diferenciava da maioria dos abrigos para menores, que ofertavam novas possibilidades reais de vida e de inserção no mundo social. Mais de 400 crianças passaram pela instituição.

A obra compõe-se de memórias da publicitária, relatórios judiciais e psicossociais de algumas das crianças que abrigou, além de depoimentos de funcionários da instituição, pais adotivos e jovens adotados. Diversas famílias participaram ativamente do processo e autorizaram a divulgação de cartas, fotos e outros documentos.

Outro ponto delicado, porém que é abordado no livro é a questão da adoção no Brasil, em suas dificuldades e alegrias. A autora compartilha seus sentimentos, muitas vezes de frustração e não se propõe a problematizar e traduzir em números o tema da adoção. Ela busca individualizar e humanizar cada uma das trajetórias de vida pela quais teve contato. Em seu perfil, a autora buscou responder as seguintes perguntas: Que caminhos misteriosos o destino tomou? Que ações teriam desviado a rota de algumas crianças?

Para Silvana a história do Lar e das crianças que por lá passaram confunde-se com sua história pessoal. “Escrever o livro foi reencontrar-me com uma passagem importante e fundamental da minha vida”, diz a autora, que encerrou as atividades do abrigo quando já se encontrava desgastada pela insensibilidade extrema de pessoas que tinham o poder de facilitar a vida das crianças, mas não o faziam.

Ela afirma, no entanto, que seu intuito maior com a publicação de “Primeira Chance” é provocar a reflexão dos leitores “sobre a maneira como são tratadas as crianças e adolescentes vitimizados pela violência familiar e, em alguma medida, sobre o preconceito tão presente na cultura do brasileiro”.

O livro tem apresentação da geneticista Lygia V. Pereira, cientista da USP que desenvolveu a primeira linhagem brasileira de células-tronco embrionárias. Dra. Lygia, que testemunhou o trabalho de Silvana, tece um paralelo entre a influência da genética naquilo que somos e o poder de transformação promovido pelo amor. O livro também é avalizado pelo jornalista Arnaldo Jabor e pelo cineasta Hector Babenco, em depoimentos que constam na quarta capa.

Fonte: assessoria de imprensa