“Quantas madrugadas tem a noite”, de Ondjaki

 segundo romance do premiado escritor angolano


O escritor angolano Ondjaki, um dos expoentes da nova geração de escritores africanos, lança agora no Brasil, pela Editora LeYa, “Quantas madrugadas tem a noite”, publicado em 2004 em Angola e Portugal. A obra é o segundo romance de Ondjaki, que também se dedica à poesia, ao teatro, aos contos e à literatura infantil.

O autor, que já afirmou em entrevista que “frequentar livros é frequentar mundos”, conduz o leitor até Luanda, cenário das diversas histórias que constituem o romance. Povoada por personagens como o professor albino Jaí, o anão BurkinaFaçam e o protagonista AdolfoDido, a trama flerta com o fantástico ao mesmo tempo quem que traça um panorama atualizado da Luana pós-independendência.

Com temperadas doses de humor, farsa, drama, lirismo e violência, “Quantas madrugadas tem a noite” mantém o estilo presente em outras obras do autor, em que a oralidade permeia fortemente a narrativa, aproximando o leitor dos acontecimentos como se eles estivessem sendo contados entre amigos e entre muitas birras (cervejas). Um breve glossário ao fim do livro esclarece gírias e expressões regionais, que não atrapalham a fluência da leitura.

Embora alegue certa dificuldade com o conceito de literatura africana – “porque África são muitas, e várias, e tantas” -, Ondjaki ocupa lugar de destaque nesta seara, responsável que é por nos apresentar uma Angola contemporânea e diversa, que aprende a lidar com seu passado recente e sofrido.

“Ainda vais rir, mas prepara também o teu coração pra chorar, a vida é mesmo esse laço apertado, tem dias que lhe conhecemos os segredos — lhe desapertamos, outros dias lutamos só, nossas derrotas e lágrimas, e ficamos a olhar: o pescador se irrita com os nós da rede?”


Ficha técnica

Título: Quantas madrugadas tem a noite
Autor: Ondjaki
Nº de páginas: 192
Preço: R$ 39,90

Sobre o autor
Ondjaki (codinome literário de Ndalu de Almeida) tem diversos livros publicados, entre contos, romances e poesia. O primeiro deles, “Actu Sanguíneu”, foi publicado em 2000, sendo sucedido por “O Assobiador” (2002), “Bom dia camaradas”, “Há Prendisajens com o Xão” (2002), entre outros. “E se Amanhã o Medo” (2005) foi agraciado com Prêmio Antônio Paulouro (Portugal, 2005). Também pintor e roteirista, aos 33 anos Ondjaki é o mais novo membro da União dos Escritores Angolanos; suas obras já foram traduzidas para o italiano, espanhol, inglês, francês, alemão, sérvio, sueco e chinês. Atualmente, Ondjaki mora no Rio de Janeiro.

Fonte: assessoria de imprensa