“A Bossa do Lobo”



Relato da vida de um dos mais importantes compositores brasileiros,  umas das principais figuras da Bossa Nova, o livro revela detalhes da história da MPB e da vida de Bôscoli, também conhecido por sua personalidade extremamente sedutora
Ronaldo Fernando Esquerdo e Bôscoli, filho de uma família aristocrática arruinada, sobrinho-bisneto de Chiquinha Gonzaga, passou sua juventude ao sol da praia de Copacabana, já que era sustentado por uma tia abastada. Apelidado de Veneno, devido à sua impressionante capacidade de falar mal da vida alheia - inclusive de si mesmo -,  conseguia detectar a mais escondida fraqueza humana e  dela fazer graça.  Nada escapava ao humor ácido de Ronaldo Bôscoli.
Somente aos 24 anos, depois de sua tia abastada passar por um revés financeiro, Ronaldo foi obrigado a trabalhar. Seu primeiro emprego foi como jornalista esportivo  no Diário da Noite. Jamais abandonou essa carreira, que exerceu paralelamente às de compositor e produtor de shows pelo resto da vida.
Apaixonado pela graça e beleza feminina, Bôscoli tinha um coração capaz de abrigar todos os tipos de mulheres:  moças da alta sociedade, esportistas, manequins, atrizes e cantoras. Namorou Nara Leão, Maysa, Mila Moreira, casou-se com Elis Regina.
Nara foi uma grande paixão de Bôscoli,  que  via naquela  garota doce e frágil, mas determinada, a mulher de sua vida, aquela com quem deveria se casar.
Maysa inicialmente  foi um planejamento mais estratégico do que romântico. Bôscoli sabia que para a Bossa Nova alcançar o sucesso popular precisaria sair dos lábios de alguém como a intérprete de “Meu mundo caiu”. O Lobo moveria céus e terras para conseguir isso, se fosse preciso, até namoraria a cantora. E foi o que ele fez.  Ele a conheceu, lhe apresentou a Bossa Nova e derramou todo o seu charme nela.  Maysa gravou um disco todo voltado para a Bossa Nova, produzido por  Bôscoli, em que  entre outras composições do Lobo, interpretava “O barquinho”. Contudo, plano infalível do “Rei do Charme” acabou em um romance tempestuoso com Maysa, que acabou pondo fim a seu quase noivado com Nara.
Mas foi com Elis Regina que Bôscoli viveu seu mais atribulado amor. Bôscoli e a gauchinha eram inimigos mortais, onde um estava o outro não ficava. Ronga se referia a cantora como “aquela vesguinha”. Entretanto, o grande sedutor também dizia: “Se ela olhar para mim eu olho, se der bom dia, eu caso”. Elis acabou sucumbindo ao charme do Lobo, casou-se com ele e os dois tiveram um filho, o produtor musical, João Marcello Bôscoli.
Porém, a verdadeira cara metade de Bôscoli foi seu grande amigo e parceiro de toda vida, Luiz Carlos Miele. No Beco das Garrafas, nas limitadas dimensões das boates Bottles Bar e Little Club, criou em parceria com Miele, uma centena de shows estrelados por artistas como Elis, Wilson Simonal e Sérgio Mendes, que receberam o nome de  pocket shows. “Dê-nos um elevador e lhes daremos um espetáculo”, dizia a dupla. O sucesso destas pequenas, mas criativas produções, também se repetiu em emissoras de TV como Excelsior, Rio, Tupi, Record e Globo. Convidados para trabalhar com o cantor Roberto Carlos em seu primeiro show no Canecão, Miele & Bôscoli terminaram por iniciar uma parceria com o “rei” que durou 24 anos e mudou os rumos da carreira do cantor transformando-o no ídolo que todos admiram até hoje.
Nas mais de 400 páginas de “A Bossa do Lobo”, Denilson Monteiro conta a vida de Ronaldo com riqueza de detalhes, revelando como nasceram as canções que ele compôs; os bastidores dos shows que produziu; seu trabalho como jornalista; o relacionamento com a família, amigos e colegas de trabalho; a paixão pelo Fluminense Football Club; seus amores e seus desafetos. Tudo respaldado por uma criteriosa pesquisa e mais de uma centena de entrevistas com aqueles que conviveram com Ronaldo.
Era a língua mais rápida e temida do Rio e foi a pessoa que mais me fez rir na vida — e provavelmente a que fez mais gente rir de mim” - Nelson Motta
Ficha técnica
Título: A bossa do Lobo
Autor: Denilson Monteiro
Formato: 16 x 23cm
Nº de páginas: 544
Preço: R$44,90
Sobre o autor
Denilson Monteiro foi o responsável pelas pesquisas de texto e imagem  de "Vale tudo, o som e a fúria de Tim Maia" (2007), biografia do cantor Tim Maia escrita por Nelson Motta. Em 2008, depois de seis anos de pesquisa lançou "Dez, nota dez! Eu sou Carlos Imperial", livro que conta a movimentada vida do polêmico multimídia Carlos Imperial. Também realizou as pesquisas de imagens de "Minha fama de mau" (2009), livro de memórias do cantor Erasmo Carlos e de "Bussunda, a vida do casseta"(2010), biografia do comediante Bussunda escrita por Guilherme Fiúza.