Seu filho não gosta de ler?
Confira as dicas de educadores e se jogue
nessa aventura com seus jovens leitores!
No mundo cada vez mais acelerado, com crianças capturadas por tablets e vídeos curtos, abrir um bom livro e se entregar a uma história pode ser um hábito cada vez mais raro. Estimular a boa leitura é uma tarefa desafiadora para as famílias quando se trata de escolher um livro que seja atraente e divertido e, ao mesmo tempo, tragam uma chance para reflexão. Que histórias podemos apresentar para essa nova geração? Para ajudar nessa questão, a equipe de Língua Portuguesa e Literatura da Escola Nova, com duas unidades no Rio de Janeiro, elaborou uma lista com 14 livros para crianças e adolescentes inspirados em valores humanos essenciais para os dias de hoje: empatia, trabalho em equipe, verdade, não violência, respeito ao meio ambiente, amor e solidariedade. Entre memes engraçados, com pouquíssima profundidade, ainda existem leitores buscando boas histórias que nos fazem pensar.
“Leitura é hábito, por isso, dedique, todos os dias, um momento para essa prática. Desconecte-se do mundo digital e conecte-se no universo da leitura. O exemplo vem de casa: pais leitores, certamente, terão filhos apaixonados pela leitura”, diz Mariana Deles, professora de português da Escola Nova.
Abaixo, a lista elaborada de acordo com cada faixa etária. A maior parte desses livros, inclusive, está à venda na Estante Virtual (www.estantevirtual.com.br), com descontos que podem chegar a 50%, se comparado ao preço pago em livros vendidos nas livrarias convencionais.
Para crianças entre 9 e 11 anos:
- Malala, a menina que queria ir para a escola – Adriana Carranca
O livro mostra a coragem e a luta de uma menina que queria estudar e foi proibida pelo grupo Talibã, mas isso não a impediu de frequentar a escola e de denunciar violações de direitos. A obra também trata da importância da educação, da intolerância religiosa e da desigualdade de gênero.
- A árvore generosa – adaptação de Fernando Sabino
O título é uma reflexão sobre o homem e a natureza, que vão desde a preservação e dos recursos que ela oferece, até valores, como o cuidado com o outro e a amizade sem interesses. A trama mostra a relação entre um menino e uma árvore. Ela sempre amorosa, disposta a agradar o menino. Ele muito egoísta, sempre exigindo que a árvore oferecesse recursos que atendessem seus desejos.
- Se liga, Charles! – Vicente Cuvellier
A obra mostra a amizade que surge por acaso entre Charles e Benjamim. Quando Charles sofre um acidente, Benjamim é o escolhido para levar as lições para ele, e dessa convivência forçada surgem descobertas, amizade e solidariedade. Charles, um menino branquelo, asmático com manias de velho. “Se ele não existisse, daria na mesma”, pensa Benjamim, que por sua vez é um menino “invisível” e que não tinha amigos. De uma maneira sutil e velada, o autor aborda um tema delicado, o bullying.
- O diário de Anne Frank em quadrinhos – Ari Folman e David Polonsky
Anne Frank é uma adolescente judia que viveu por dois anos escondida dos nazistas com a família e outras quatro pessoas no anexo secreto de uma fábrica. Nesta biografia, temos o relato de tudo que passou durante a Segunda Guerra Mundial sob o ponto de vista de Anne, que também registra em seu diário cotidiano seus medos, inseguranças, sentimentos e vontades. Esta versão em quadrinhos é uma leitura mais leve e divertida de apresentar esse importante fato histórico para crianças e adolescentes sobre o nazismo e a segregação.
- Doze lendas brasileiras – Clarice Lispector
Neste livro, podemos reler doze contos do folclore brasileiro recontados por Clarice Lispector. A maioria das lendas são de tribos indígenas. A autora nos relembra os enredos que transformaram seres humanos em estrelas e animais, e os acontecimentos que levaram os bichos a perderem a fala – restando-lhes apenas cantar e grunhir. São contos vindos de várias regiões do país mostrando um pouco da nossa cultura de maneira leve e divertida.
- O Mistério da fábrica de livros – Pedro Bandeira
Uma história que mostra o processo da produção de um livro, desde quando uma árvore é derrubada para extrair matéria prima até chegar às editoras de livros. Paralelo a esta trama, ocorre a emoção do primeiro amor de uma menina, a Laurinha, uma adolescente que tem suas inseguranças, angústias e descobertas. O autor transmite em diversos momentos da história que é possível driblar as adversidades para viver intensamente.
- O Mário que não é de Andrade – Luciana Sandroni
Os dois protagonistas desta história são xarás. Mário, um o garoto que vive num mar de prédios. Mário de Andrade, que morava numa cidade pequena e gostava de viajar para redescobrir o Brasil, era poeta, romancista e pesquisador. Deixou uma obra de importância capital para a cultura brasileira. Os dois se encontram neste livro a partir de cartas, poemas, romances e outros textos de Mário de Andrade. Através dessa leitura, conhecemos a vida e obra de Mário de Andrade, além de vários acontecimentos importantes, como a Semana de Arte Moderna e o movimento modernista no Brasil.
Para pré-adolescentes e adolescentes entre 12 e 15 anos:
- A Ilha Perdida – Maria José Dupre
Eduardo e Henrique convidam o leitor a realizar uma viagem geoliterária pela Ilha Perdida. O livro ilustra, de forma instigante e subjetiva, as paisagens naturais, permitindo ao leitor desenvolver o gosto pela leitura e o cuidado com a natureza.
- Anjo linguarudo - Walcyr Carrasco: trabalha a ideia da mentira, verdade, delação.
Felipe tinha todas as qualidades de um bom menino e aluno. Após passar por algumas dificuldades como a morte dos pais e problemas financeiros, o protagonista se vê na seguinte situação: falar ou não toda a verdade? Tudo isso em nome da amizade que ele tinha com a Raquel. Valia a pena deixar de ser o queridinho para contar tudo que sabia?
- Pollyana – Eleanor Porter
Pollyanna, uma menina de onze anos, após a morte de seu pai, um missionário pobre, se muda de cidade para ir morar com uma tia rica e severa que não conhecia anteriormente. Por lá, a menina consegue ver algo de bom e positivo em tudo que acontece, mesmo nas situações mais desagradáveis. No mundo da psicologia e sociologia, essa forma de viver a vida em paz e de forma positiva também ficou conhecida como “Princípio de Pollyanna”.
- Feliz ano velho - Marcelo Rubens Paiva
Partindo de uma experiência autobiográfica, Marcelo relata ao leitor o momento trágico que marcou sua vida para sempre: o acidente após um mergulho que o deixou tetraplégico. Com humor, franqueza e coragem, sem autopiedade, ele nos leva pela trajetória de sua vida, iluminando pontos conturbados e obscuros. Um livro inspirador, forte e envolvente, "Feliz ano velho" ensina, sobretudo, que a vida é uma batalha que precisa e merece ser lutada.
- 1968: o ano que não terminou - Zuenir Ventura
Um dos jornalistas mais prestigiosos do país, Zuenir Ventura retrata em “1968: o ano que não terminou”, episódios que ajudam a sintetizar um momento único em nossa história, complexo e efervescente cultural e socialmente. De uma época turbulenta para o Brasil Zuenir soube capturar episódios e personagens emblemáticos para a construção de nossa identidade e capacidade de resistência como nação.
- Ladeira da saudade - Ganymédes José
No livro, vamos conhecer dois jovens que se amam acima de tudo, de todos e do preconceito. “Ladeira da saudade” fala sobre o amor de uma adolescente do século XX, que vai morar com a tia em Ouro Preto, e sobre os preconceitos raciais. Um livro de leitura fácil, que consegue agradar ao público jovem para o qual é designado. Ademais, narra alguns fatos históricos, e representa o Barroco e o Arcadismo.
- Os da minha rua – Ondjaki
Ndalu, ou Dalinho, o narrador de "Os da minha rua", nos leva para sua infância e adolescência em sua Luanda natal, em plena guerra civil angolana. Contando eventos de sua passagem para o mundo adulto junto a seus amigos, familiares e conhecidos, Ndalu pinta um cenário de uma terra feliz e rica, ainda que desassossegada. O amadurecimento dos personagens envolve partidas, perdas e despedidas, no processo difícil e bonito que é crescer. Com "Os da minha rua", Ondjaki brinda o leitor com uma narrativa à base de memória, humor e puro afeto.