História adaptadas para os quadrinhos estão em "Os Faroleiros e Outros Contos de Monteiro Lobato"

A coletânea apresenta quatro contos, narrados sob a visão crítica de

 Lobato sobre a sociedade do início do século 20

Além de encantar crianças de várias gerações com as criações e personagens mágicos do Sítio do Picapau Amarelo, Monteiro Lobato escreveu, em um viés menos encantado, textos que retrataram sua época de modo realista e que nos permitem conhecer, questionar e, acima de tudo, refletir sobre traços da sociedade brasileira do início do século 20.

Em Os faroleiros e outros contos, o desenhista e roteirista Laudo Ferreira apresenta alguns contos de Monteiro Lobato adaptados para a narrativa em quadrinhos: 

“Os faroleiros” – conto que abre esta edição e a de Urupês, primeiro livro de contos publicado por Lobato, em 1918 – traz um episódio do passado de um jovem vivendo em um farol. Do livro Cidades mortas, de 1919, conhecemos o primeiro encontro entre um menino e o saci, na divertida história “Pedro Pichorra”. Em “O Luzeiro agrícola”, conhecemos a trajetória de Sizenando Capistrano, um poeta que, para sobreviver, torna-se inspetor agrícola e conhece os meandros do progresso e do funcionalismo público. Por fim, uma história de origem do homem e da humanidade, com a visão irônica e irreverente de Lobato, em “Era no Paraíso...”, da coletânea O macaco que se fez homem, de 1923.

Além da adaptação em quadrinhos, Os faroleiros e outros contos traz uma breve amostra da extensa e plural obra literária de Monteiro Lobato, com um trecho de Reinações de Narizinho, uma carta ao amigo Lima Barreto e uma releitura da fábula A cigarra e a formiga – alguns exemplos do legado literário desse que é um dos mais importantes escritores brasileiros que, ao seu modo sempre crítico, fazia questão de nos lembrar da importância dos homens e livros na construção de um país.

Monteiro Lobato atuou ativamente em prol de questões sociopolíticas da época, como a defesa da exploração nacional de ferro e petróleo, riquezas então não exploradas pelo governo; a luta pelo saneamento básico como direito essencial a todos; o combate ao desmatamento nas regiões agrícolas. Além disso, foi também pioneiro da indústria editorial brasileira: fundou a editora que publicava e vendia seus próprios livros e buscava meios para que o livro fosse um bem democrático – não apenas um produto para a elite, como era naqueles tempos. Para Laudo Ferreira, adaptar estes contos de Monteiro Lobato foi a possibilidade de falar sobre algo que ele próprio gostaria de contar: “O mais interessante, além das narrativas em si, é constatar o quanto o escritor conseguiu transitar por assuntos diversos, de maneira simples e, ao mesmo tempo, carregada de reflexões. Isso tudo em contos direcionados a um público mais maduro, diferentes das histórias do Sítio do Picapau Amarelo, pelas quais ficou conhecido. Tive um gigantesco prazer de me tornar parceiro deste grande autor em um livro de histórias em quadrinhos”, diz. 

Os faroleiros e outros contos é uma obra integrante da Coleção HQ Brasil, criada para aproximar os leitores de dois universos aparentemente distintos: o da literatura clássica e o das histórias em quadrinhos. Com uma linguagem gráfica moderna e ágil, os livros que compõem esse selo apresentam textos consagrados, autores cultuados e histórias muito conhecidas em um formato altamente contemporâneo e dinâmico. Um convite irrecusável para conhecer um pouco da obra de grandes artistas. 

Sobre Laudo Ferreira - Nasceu em São Vicente, litoral sul de São Paulo, em 1964. Desenhista autodidata, desde muito cedo desenhava quadrinhos ou algo semelhante a uma arte sequencial de contar histórias. Publicou suas primeiras HQs no início dos anos 1980 e participou ativamente do movimento de quadrinhos independentes, os fanzines, nesse mesmo período. Em meados da década de 1990, adaptou para os quadrinhos alguns filmes do cineasta José Mojica Marins, o Zé do Caixão, como À meia-noite levarei a sua alma e Esta noite encarnarei em seu cadáver, que tornaram seu trabalho mais conhecido do público. Trabalha há muitos anos como ilustrador para o mercado editorial e publicitário. É vencedor do Prêmio HQ Mix (importante premiação das histórias em quadrinhos nacionais) por seu trabalho tanto como desenhista quanto como roteirista.


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Fonte: assessoria de imprensa